PCdoB fecha com Brandão e abre caminho para as definições partidárias no tabuleiro sucessório

Carlos Brandão já tem o apoio declarado de Flávio Dino e do PCdoB ao seu projeto

O PCdoB foi o primeiro partido a manifestar apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). A decisão foi tomada na noite de segunda-feira (6) e sacramentada ontem, quando o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, concluiu a rodada final de consultas internas, tendo obtido maioria folgada a favor do tucano. Como esperado, o Partidão segue, sem titubear, a posição do governador Flávio Dino, que na reunião de 29/11 comunicou aos líderes partidários presentes sua decisão de apoiar a pré-candidatura do vice-governador. Com o movimento, o PCdoB inicia a ciranda partidária em torno do projeto sucessório apoiado pelo governador, devendo o PSB ser o segundo partido a se associar ao vice-governador, que vem recebendo manifestações de apoio de diversos segmentos partidários, o que o coloca em condições de deslanchar sua caminhada em busca da reeleição como governador-titular. A decisão será comunicada oficialmente ao pré-candidato nas próximas horas.

A declaração de apoio do governador Flávio Dino turbinou fortemente o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Em primeiro lugar, porque funcionou como um aval que fortalece a credibilidade que ele próprio construiu como um vice correto, que cumpriu rigorosamente as missões que lhes foram dadas pelo governador, ao mesmo tempo em que também funcionou como um colaborador acreditado nos dois períodos de governo. E depois, organizou um ambiente político no qual vem trabalhando para agregar forças diversas para compor a base do seu projeto de candidatura, não havendo registro de quem tenha em algum momento atuado para desagregar. E finalmente, nos dois períodos do atual Governo, acompanhou atentamente o funcionamento da máquina e o andamento dos projetos e programas em curso.

No campo político, Carlos Brandão sabe exatamente onde deve pisar, carregando na sua bolsa de experiências a chefia da Casa Civil do Governo José Reinaldo Tavares, tendo sido um dos articuladores do grande movimento que resultou na histórica eleição de Jackson Lago para o Governo do Estado em 2006, quando também foi eleito deputado federal, reeleito em 2010. Não foi sem uma razão política forte que ele foi escolhido por Flávio Dino como candidato a vice em 2014 e confirmado na chapa reeleita em 2018. Em todo esse período, ao seu modo discreto, mas eficiente, Carlos Brandão teceu uma ampla rede de relações, que alcança todas as regiões do estado e que hoje é a base do seu projeto de candidatura.

Carlos Brandão disputou a indicação com o senador Weverton Rocha (PDT), um político jovem e arrojado, que está em campanha aberta, disposto a levar em frente o seu projeto de candidatura. Concorreram também o secretário de Educação Felipe Camarão (PT), chegado recentemente à seara sucessória, e Simplício Araújo (SD), que há mais tempo vem tentando viabilizar o seu projeto de ser candidato ao Palácio dos Leões. Os três disserem que mantêm seus projetos, embora o único em condições de fazê-lo seja Weverton Rocha, que tem um partido forte, o PDT, formou uma base de apoio e municípios, e tem o suporte do mandato senatorial e parece determinado. O contrapeso determinante é que a partir de abril Carlos Brandão será o governador do Estado, o que faz uma oceânica diferença.

As estimativas feitas até aqui apontam que ele terá o apoio de pelo menos oito dos 13 partidos que firmam a base governista, podendo também contar o MDB, de acordo com o que se ouve nos bastidores. Há quem avalie que a escolha do vice será determinante para a consolidação do seu projeto, principalmente se o nome sair dos quadros do PT, como está sendo cogitado, principalmente a partir do fato de que boa parte do comando petista no Maranhão já se manifestou pela aliança em torno do vice-governador.

A decisão do PCdoB, portanto, além de confirmar a lógica, iniciou um processo que deve ser concluído em meados de Janeiro, quando os pré-candidatos e os partidos da base voltam a se reunir para avaliar o cenário. RepórterTempo

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