
Repercutiu nessa última quinta-feira (11), na cidade de São João dos Patos, a morte do estudante do Ifma José Euzan Nascimento Silva, 33 anos, por suposta falta de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que teria negligenciando ao deixar de enviar uma ambulância para atender o paciente que agonizava com aparente ataques convulsivos, conforme informações de um cidadão identificado por Carmelo, que fez a ligação para o serviço de urgência do Samu e que foi o primeiro a prestar socorro ao estudante.

Ainda conforme seu relato, o fato teria ocorrido na avenida Almirante Tamandaaré, momento em que ele foi chamado pelos vizinhos para prestar socorro a um morador de uma quitinete ao lado de sua residência, “ao chegar na referida quitinete, deparei com um jovem estudante em aparente convulsão. Liguei imediatamente para o Samu onde tive de ser interrogado pelo nome completo da vítima, não sabendo eu, desligaram o telefone sem oferecer nenhuma ajuda”, assim teria discorrido Carmelo em uma rede social. Em contato com o senhor Carmelo, ele disse que no momento da ligão ao sistema de regulação do Samu, ainda passou o endereço de localização e o primeiro nome do paciente, mas a atendente insistia pelo nome completo. Ele acrescentou, que muito aflito em face do momento, falou com intensidade em razão da falta de sensibilidade da atendente, perguntando se o trabalho do Samu em primeiro lugar não era salvar vidas. Nesse momento, ele disse que o telefone pareceu ser desligado, terminando assim o contato.

Sem alternativas, Carmelo, com ajuda de vizinhos, prestaram os primeiros socorros, mesmo sem conhecimento e os devidos procedimentos técnicos, “infelizmente, não obtivemos êxito em nossa tentativa, o jovem veio a óbito no caminho da UPA”. Indignado com a morte prematura do jovem estudante, Carmelo desabafa: “Fica aqui o nosso repúdio a esse modelo de prestação de serviços do Samu, pedimos as autoridades do setor que revejam esta forma e encontre um modelo de melhor atender a nós que tanto estamos tão necessitados… e nos sentimos desvalorizados”, concluiu.

O caso do suposto negligenciamento do setor de regulação do Samu de Tuntum, que é feita por médicos, levou o secretário de Saúde de São dos Patos, Kayro Coelho, a prestar esclarecimentos à sociedade sobre o episódio, ainda muito debatido na cidade pela forma como aconteceu. Em uma entrevista ao Sertão Web, o secretário disse que pediu esclarecimentos ao Samu de Tuntum, que informou que a ligação havia caído e quem ligou não teria retornado o contato, inviabilizando o envio da ambulância.
Mas conforme o texto narrando o fato, o cerne da questão não teria sido a interrupção da ligação, e sim, um longo interrogatório sobre o paciente que agonizava, inclusive seu nome completo, que era desconhecido de quem estava prestando socorro, talvez com o jovem estudante agonizando em seus próprios braços. Se a regulação do Samu de Tuntum já sabia da ocorrência de que o paciente se encontrava entre a vida e morte, por que não fez o encaminhamento da ambulância? A interrupção da ligação não seria a desculpa, pois as informações preliminares já não estavam em poder da regulação, e por que não fez encaminhamento da ambulância para salvar a vida do paciente?

O envio de uma unidade móvel para socorrer alguém em risco de morte só é feita com a identificação do nome completo do paciente? Segundo um médico do Samu, que pediu anonimato, o procedimento não é esse. Não haveria necessidade, já que a situação era de extrema urgência. Ele citou exemplos de ocorrências de acidentes em que as unidades são enviadas com maior rapidez, bastando identificar o fato e o local da ocorrência. Em suma, pode ter havido negligência e também completa imprudência no atendimento da regulação, cabendo nesse momento a completa apuração do fato pela direção do Samu de Tuntum, que está sob o controle da gestão municipal.
O triste incidente está sendo bastante comentado na região de São João dos Patos, distante mais de 150 quilômetros de Tuntum, sobre a eficiência desse tipo de atendimento, que tem o objeto de salvar vidas, não o de negligenciar contra ela. Se fato dessa natureza vier acontecer em Tuntum, que proporção irá ganhar o caso? Com certeza a imagem do serviço de atendimento ficaria por demais arranhada juntamente com a do gestor municipal, que nesse momento terá que pedir uma apuração, porque se houve falhas, alguém têm que ser responsabilizado, e ao menos ser destituído de suas funções.